sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

ATENÇÃO, PESSOAL! LEIAM A MATÉRIA QUE SAIU NO JORNAL O IMPARCIAL SOBRE A COMICSTATION!
SÃO LUÍS EM QUADRINHOS
RONALD ROBSON
DA EQUIPE DE O IMPARCIAL
A arquitetura de São Luís, o modo como a cidade foi povoada (com uma série dificuldades naturais e mescla de tradições culturais bastante diversas, por conta de continuadas invasões), sempre proporcionou a seus habitantes uma predisposição natural à construção de narrativas fabulares, quando não mesmo com tons de lendas, as quais abundam. Espanta, portanto, que uma arte tão popular e tão própria à fá­bula, além de bastante vendável, como o es­crever e desenhar histórias em quadrinhos, tenha custado tanto tempo a pelo menos ga­nhar uma produção organizada por parte de pequenos grupos, que, embora trabalhan­do de forma autônoma e sem qualquer mai­or meio de divulgação, buscam devolver aos ludovicenses a sua própria cidade, porém enriquecida de outras mitologias, outros per­sonagens. Neste caso, falo dos quadrinhistas do grupo Fator RHQ.
De um grupo de quatro quadrinhistas, dois são originalmente os idealizadores do projeto ComicStation, revista publicada pelo Fator RHQ: Antônio Augusto (que as­sina com o nome de Tony Machado) e Zilson Costa (o Zeck). Os dois se conheceram em 1996, quando faziam um curso de desenho no Centro de Criatividade Odylo Costa filho, sob orienta­ção do ilustrador Rogério Mar­tins. Ali, não só manifestaram muito apreço um pelo estilo do outro, como acabaram descobrindo uma série de gostos convergentes. Desde então, passaram a colaborar ativa­mente, até que, em 2006, no intuito de pôr a ComicStation em circulação na cidade, resolveram convidar outros dois quadri­nhistas para compor o quarteto: Riccelle Sullivan e Olavo Coelho. Mais ainda, há hoje um quinto colaborador, este sendo, porém, esporádico: Rayanderson Oliveira.
Mas quais foram as afinidades que fizeram Tony e Zeck se comprometerem com um projeto conjunto de revista? O intuito de fazer quadrinhos em um corte razoavelmen­te tradicional, buscando reabilitar o univer­so dos super-heróis (idealizados por eles mesmos, aliás), e a condição de que isso fos­se feito situando as histórias em São Luís.
"São Luís é muito importante para o nosso trabalho. Você vê histórias ambien­tadas em Nova York, em São Paulo, mas nós não conhecemos, não vivemos isso. Prefe­rimos construir roteiros aqui, que é nossa casa", justifica Zeck. Tony Machado opina em mesmo sentido: "Precisamos ter referências locais para tratarmos visualmente as histórias. A vantagem que temos fazen­do isso, situando em São Luís, é a da vivên­cia da cidade, de percebermos o que se passa aqui".
O resultado, por exemplo, é o personagem Visagem (criado por TonyMachado), uma espécie de vigilante noturno, de índole solitária e arredia, que é possível por vezes encontrar na PraiaGrande, em histórias que mesclam lendas maranhenses (a carruagem de fogo de Ana Jansen, por exemplo), estilo policial noir e afetividades comuns na vida de jovens.
Outro personagem original, também um herói a habitar São Luís, é o Homem-Caveira (de autoria de Zeck), justiceiro em que Gilson Santos, um franzino estudante secundarista, se transforma. Vê-se, então, que a tônica maior da ComicStation é a produção de his­tórias com roteiros razoavelmente simples, com personagens tendo seus traços psicoló­gico talhados de forma dispersa, porém, se­gundo Tony Machado, sempre buscando mostrar aquilo que de mais humano pode haver em um super-herói- que, apesar do que possui de extraordinário, também se debate contra limitações, contra finitudes. Aqueles que desejarem conhecer o tra­balho da Fator RHQ poderão adquirir edi­ções da ComicStation em bancas de revista, através de e-mail (augusfour@yahoo.com.br) ou (98-3236 9849). Cada edição daComicStation possui 40 páginas e custa, em média, R$3,00. Além disso, está nas bancas a revista Mundo dos Super-Heróis (Editora Europa), que, sendo de circulação nacional e periodicidade bimensal, traz em sua última edição (n°13, novembro/dez 2008) matéria de divulgação da Fator RHQ.

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